segunda-feira, 23 de maio de 2011

MANIFESTO EM DEFESA DA BIBLIOTECA ESCOLAR

No contexto do projeto de ensino-aprendizagem, a biblioteca escolar
apresenta-se como um centro de aprendizagem cuja função pedagógica está
relacionada a: a) uma ação em prol da leitura, do incentivo à criação do gosto
de ler; b) a pesquisa escolar e ao trabalho intelectual que proporcionarão ao
educando meios para melhor desempenhar seus papéis sociais; e c) a ação
cultural com vistas a favorecer o entendimento da identidade do cidadão no
espaço onde vive. A biblioteca escolar não somente lida com as demandas do
aluno, mas, sobretudo, atua no contexto do projeto político-pedagógico da
escola, através do trabalho conjunto com o professor e a gestão escolar.
Segundo o Manifesto da UNESCO, a biblioteca escolar é o espaço que “[...]
promove serviços de apoio à aprendizagem e livros aos membros da
comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem
pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e
meios”, ou seja, competentes em informação.
As entidades e pessoas físicas que assinam este Manifesto expõem sua
preocupação com o momento pelo qual passa a educação no Brasil, com
baixos índices de aprendizagem dos alunos, mensurados tanto pelo Sistema
de Avaliação da Educação Básica (SAEB), quanto pelo Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (PISA), demonstrando que os estudantes brasileiros
não possuem competência em leitura e escrita. Diante deste fato, acredita-se
que se as instituições de ensino investirem na criação de espaços de
bibliotecas bem equipadas, com acervos que atendam ao projeto político
pedagógico das escolas e administradas por profissionais bibliotecários, esta
triste realidade poderá sofrer significativa transformação.
Alguns documentos elaborados pelo Ministério da Educação apontam para a
importância da biblioteca na prática da leitura e escrita, um dos maiores
problemas da educação atualmente, dentre estes citam-se os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s), que, no módulo de Língua Portuguesa cita a
biblioteca como um espaço apto a influenciar e incentivar a prática da leitura e
escrita.
O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) distribui acervos para
bibliotecas escolares. No que pese ser esta a única iniciativa desenvolvida no
âmbito da federação para as bibliotecas escolares1, é tácito afirmar que tal
Programa não atende as expectativas do contexto no qual se inserem as
discussões apresentadas, pois, se as escolas não possuem bibliotecas e muito
menos bibliotecários, como estão sendo dinamizados esses acervos?
De fato, os diagnósticos existentes no País acerca das condições das
bibliotecas escolares, bem como as decisões emanadas do Tribunal de Contas
da União (TCU) em seus Acórdãos n. 604/2004 e n°1287/2005, apontam que a
1
  O governo federal possui outros programas voltados para as questões de leitura, desenvolvidos no
âmbito do Plano Nacional do Livro e da Leitura contudo, eles estão destinados à biblioteca pública, que
não é o foco deste Manifesto.
grande maioria dos responsáveis técnicos e diretores das escolas não tem
noção dos serviços que podem ser oferecidos pelas bibliotecas, o que impede
a criação de muitas oportunidades e que essas bibliotecas atuem como
ambientes de busca e aprimoramento de conhecimentos. Os diretores das
escolas e os responsáveis técnicos não têm domínio sobre a concepção do
funcionamento de uma biblioteca e se arriscam ao apontar a dimensão do
espaço físico destinado a leitura como única diferença entre biblioteca e sala
de leitura: a biblioteca seria aquela com maior espaço físico, a despeito da
constituição do acervo, serviços oferecidos e nível de tratamento e organização
das obras. Ainda, é oportuno destacar que, na maioria dos casos, o horário de
atendimento não é regular nem suficiente para atender aos estudantes, sendo
que os raros freqüentadores pouco usam ou têm consciência de suas
potencialidades em termos de serviços. Os dados do Censo Escolar 2004
destacam que 51,7% dos alunos do ensino básico e profissional dispõem de
bibliotecas escolares, não permitem inferir que estes discentes de fato as
usem, ou, pelo menos, reconheçam a existência destes espaços para mediar
seu processo de ensino-aprendizagem.
Considerando que uma das atividades a ser desenvolvida pela biblioteca
escolar é o incentivo à leitura, o Instituto Pró-Leitura (IPL) efetuou, no primeiro
semestre de 2008, a segunda edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil,
que se constitui no principal estudo sobre o comportamento do leitor no País,
na expectativa de contribuir para a avaliação dos impactos das políticas
públicas que possibilitem o acesso ao livro e à leitura, visando identificar as que
efetivamente trouxeram resultados no incentivo ao gosto de ler. Dentre suas
conclusões, com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas, a
pesquisa aponta para a necessidade de a escola assumir verdadeiramente seu
papel de formadora de leitores, intensificando sua ação em todas as direções
que se relacionam com o gosto pela leitura.
Ressalte-se que biblioteca escolar, embora se constitua em um espaço de
aquisição e disseminação de cultura e informação, apresenta-se carente das
condições adequadas para ofertar um serviço cidadão, no sentido de que está
impedida de viabilizar um processo de democratização da informação com
amplo acesso aos meios de cultura, uma vez que a sua existência está
condicionada única e exclusivamente à presença de acervo, e não à oferta de
serviços capazes de promover o acesso aos saberes registrados nos artefatos
culturais que a biblioteca escolar deve disponibilizar.
Nessa abrangência, o Sistema CFB/CRB compreende que o trabalho da
biblioteca escolar há de ter como ponto de partida o contexto da escola, seu
projeto pedagógico e a cultura geral que compõe o conjunto de saberes que
fundamentam e dão sentido ao modo de vida e à existência de cada membro
da comunidade escolar. Isto implica analisar uma dada realidade, refletindo
sobre as condições existentes e prever as formas alternativas de ação para
superar as dificuldades ou para alcançar os objetivos desejados pela proposta
pedagógica desenvolvida no âmbito da escola.
O gasto de numerário público, como já destacado, em simples aquisição e
distribuição de acervo, principalmente composto de livros, sem abranger a
existência, organização e manutenção de bibliotecas fere o interesse público, já
que em última instância, esses recursos são extraídos dos cofres públicos a
partir da arrecadação efetuada através do contribuinte, configurando-se em
malbaratação do patrimônio cultural, que falsamente está sendo construído,
pois a informação não cumpre o seu potencial de circulação, seja em termos
sociais ou geográficos ou melhorando o nível de conhecimento do alunado e
dos educadores em geral.
Mais do que propor o exato modelo de bibliotecas escolares, as organizações
abaixo-assinadas reivindicam o respeito aos princípios estabelecidos na
Constituição Federal (1988), no que tange ao direito do cidadão em ter acesso
a um espaço no qual a informação concretiza seu papel social, democratizante,
vez que não se pode pretender que o acervo não processado de forma técnica,
científica, atenda a essa função que, por ser social é garantia da construção da
cidadania. É exatamente, diga-se de outro modo, a informação que se
organiza, processa e se dissemina, após receber o tratamento adequado, que
poderá atender ao cidadão em amplo raio de demandas e níveis de
compreensão.
                                                  Brasília, 20 de março de 2009.
Conselho Federal de Biblioteconomia

segunda-feira, 9 de maio de 2011

SEMANA QUE VÊM TEM "MACACO DANADO"

Na semana de 16 à 20 de maio no turno da tarde estaremos fazendo a leirura do livro o "Macaco Danado" de Julia Donaldson.
Borboleta e macaquinho saem em busca da mamãe macaca. Ela tem uma cauda elegante, pernas compridas e vive saltando. Macaco Danado mostra que muitas vezes a descrição de parte de um todo pode nos remeter a outro todo, completamente diferente.

domingo, 8 de maio de 2011

Homenagem as mães

História do Dia da Mães

As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimônias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.

À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.

A maioria das fontes é unânime acerca da idéia da criação de um Dia da Mãe. A idéia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objetivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, atos de afeto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
No Brasil a  introdução desta data se deu no RIO GRANDE DO SUL, em 12 de maio de 1918, por iniciativa de EULA K. LONG, em SÃO PAULO, a primeira comemoração se deu em 1921.
A oficialização se deu por decreto no Governo Provisório de Getúlio Vargas, que em 5 de maio de 1932, assinou o decreto nº 21.366.
Em 1947, a data foi incluída no calendário oficial da Igreja Católica por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Jaime de Barros Câmara.


Fonte: Guia dos Curiosos (Marcelo Duarte) - Portugal
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...